Em um cenário de aumento de demanda de água, eventos naturais que acentuam períodos de secas, contaminação e escassez hídrica, o reuso e suas aplicações tomam ainda mais destaque na agenda da sociedade.
No cenário global atual em que a agenda climática, o adensamento demográfico nas cidades e centros urbanos e da necessidade de recursos de diferentes naturezas para áreas e regiões de produção agro rural, o reuso se apresenta como um instrumento na perspectiva de um novo modelo de gestão das águas.
As principais possibilidades de reuso da água são: irrigação de parques e jardins, irrigação agrícola, usos potáveis urbanos e reciclagem industrial. Para cada uma destas modalidades, existem exigências e requisitos de qualidade estabelecidos de acordo com os diferentes riscos e impactos aos usuários, operadores e consumidores. Por outro lado, a qualidade dessa água desejada ou requerida, está associada às tecnologias disponíveis de tratamento de efluentes e aos seus custos.
Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), “O Impacto Econômico dos Investimentos de Reúso de Efluentes Tratados para o Setor Industrial” (2018) sinalizou que menos de 1% da oferta de água no Brasil provém de reuso de efluentes tratados. Já em Israel, país que convive com a escassez ao longo de sua história, 70% da oferta vem da reutilização de efluentes. Ou seja, existem muitas oportunidades para que criemos condições legais bem como a formação de consciência quanto ao reuso da água em suas diferentes aplicações cotidianas.
Ainda que em escala muito pequena, o Brasil já conta com casos de sucesso em projetos implantados. Iniciativas das empresas de saneamento do estado de São Paulo, SABESP e da cidade de Campinas, SANASA, demonstram isso. Algumas prefeituras por meio de suas companhias de saneamento e serviços autônomos de água e esgoto (SAAEs) vem reforçando a intenção de implantar o reuso para diversos fins.
No Brasil, ainda não há base legal a nível nacional, que defina requisitos e parâmetros de qualidade de água para o reuso. Estes principais casos de sucesso na prática de reuso estão no estado de São Paulo, onde o marco legal se mostra mais sólido: Projeto Aquapolo (SABESP/BRK Ambiental) e ETE Capivari II (SANASA).
O primeiro abastece indústrias do Polo Petroquímico do município de Capuava, estado de São Paulo e o segundo encaminha a água de reuso para fins de reserva, podendo ser utilizada por diferentes clientes com uso de caminhão pipa. Essas empresas prestadoras de serviços de água e esgoto vêm utilizando os efluentes secundários desinfetados como alternativa para usos como lavagem de equipamentos dentro da própria Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), lavagem de ruas após feiras livres de bairros, eventos populares bem como para uso na desobstrução de galerias de esgoto e de águas pluviais.
O panorama da água de reuso no Brasil reforça os desafios existentes ainda mais se compararmos com índices como o de Israel. Essa comparação leva a uma reflexão e o caminho a trilhar para a efetiva implantação de uma prática de reuso institucionalizada e incentivada em políticas públicas.
Diferentes fatores estão no caminho para que o Brasil avance, tais como: entraves burocráticos, falta de regulamentação - aspectos legais, receio em relação à receptividade da sociedade e desconhecimento da melhor forma de alcança la com o tema, baixa disposição para enfrentar novos desafios tecnológicos e de gestão estratégica, falta de articulação técnico política para viabilização dos projetos e outros.
Desafios geralmente estão ligados a novas oportunidades e ao desenvolvimento, econômico, social, ambiental e tecnológico.
A água de reuso é um dos direcionadores temáticos constante na pauta do Grupo Coester e vem direcionando ações de qualificação, aprendizado, possibilitando a atualização o desenvolvimento de novos produtos e soluções para seus parceiros clientes.
Ainda que tenhamos muito o que desenvolver quanto ao reuso de água e efluentes no Brasil, o Grupo Coester já é um parceiro das companhias de saneamento e serviços autônomos de água e esgoto, fornecendo e encontrando soluções para os mais diversos empreendimentos em suas diferentes etapas.
**Referências: ** https://aguasdobrasil.org/artigo/reuso/ https://monitormercantil.com.br/brasil-so-utiliza-menos-de-1-de-agua-de-reuso/ https://tratamentodeagua.com.br/unesco-agua-residual-sem-tratamento/ https://reusodeagua.org


